No começo do ano a justiça liberou certas datas para shows na Pedreira Paulo Leminski (que estava fechada para shows desde agosto de 2008). A partir daí, apareceu a ideia de concessionar a pedreira, o Parque Náutico (que nem foi construído ainda) e a Ópera de Arame por 25 anos. Até agora, apenas duas empresas se candidataram, Dc Set e Parnaxx.
Esse assunto tem gerado muitas discussões, ainda mais porque estamos em ano de eleição, logo os interesses políticos se tornam aliados dos discursos a favor ou contra a concessão. Antes de tudo, vou mostrar um pouco da pesquisa que fiz e apontar o que cada pré-candidato a prefeito acha sobre o assunto, começando pelo nosso prefeito Luciano Ducci: “A Pedreira é nossa! Não existe nada de privatização. Ela vai ser reaberta assim como acontece com o Jardim Botânico e Parque Barigui.”. A ex pré candidata Renata Bueno não foi discreta ou parcial em seu discurso “ Sou totalmente contra conceder a Pedreira para empresas tercerizadas gerenciarem.”. Ratinho Junior diz ser favorável à parcerias publico privadas em alguns setores, mas acha que a população foi pega de surpresa, não é a hora de discutir isso. Rafael Greca foi mais político ainda, promoveu um abraço coletivo na Pedreira e disse ser a favor da preferência da população, no mesmo dia questionou “Porque privatizá-la?”. Gustavo Fruet acha necessário um debate sério e com tempo sobre o tema, lembrando que os espaços culturais representam a identidade de Curitiba.
Em sala, lemos vários textos sobre a concessão e fizemos um levantamento dos lados positivos e negativos da concessão. Por um lado, as obras poderiam ser feitas com mais agilidade por uma empresa terceirizada. A empresa concessionária traria apenas shows grandes, visando o lucro e de certa forma, o governo poderia aproveitar o dinheiro ganho com a concessão focando em áreas como saúde e educação. Por outro lado, quem disse que o governo irá demorar nas obras? Considerando a Pedreira como ícone cultural de Curitiba, não seria importante a divulgação da musica local, visando não só o lucro, mas a cultura local também? Quanto a saúde e educação serem mais importantes que cultura, há controversias, pois cultura não faz parte da formação do indivíduo, da educação?
Sobre o potencial lucrativo da Pedreira, não tenho como afirmar um valor, pois para Helinho Pimentel, diretor artístico do LupaLuna, a pedreira pode gerar receita em torno de R$800.000,00 (oitocentos mil reais) por ano. Segundo ele, seria sorte do município e da população se alguma empresa aceitasse tomar conta dos espaços. Já para Rafael Greca, ex-prefeito e agora candidato à prefeitura de Curitiba, o Parque da pedreiras pode gerar R$60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) por ano. Aí fica difícil de saber qual a real possibilidade de lucro, né?
Trago aqui alguns exemplos de privatizações e gestões públicas bem sucedidas. Segundo Belmiro Valverde, professor de Doutorado em Administração da PUC-PR, a telefonia, CSN, Vale do Rio Doce e a Companhia Siderurgica de Tubarão foram melhoradas com a privatização. O telefone, por exemplo,que antes era artigo de luxo, foi popularizado. Hoje em dia está disponível para boa parte da população. Nos outros exemplos, as empresas passaram a crescer muito mais, segundo ele, gerando milhares de empregos. Do outro lado, dos que são contra a concessão, estão dois exemplos claro de sucesso da administração do governo: Copel e Sanepar.
Para finalizar, quero constatar que Helinho Pimentel, aquele que afirmou em entrevista para a Gazeta do Povo que seria sorte se alguma empresa se interessasse pela Pedreira, faz parte da Dc Set, a empresa que, em conjunto com a GRPCOM, realiza o Lupaluna. Lembrando que a DC SET é uma das duas candidatas a concessão e, segundo a Avaliação da prefeitura de Curitiba na primeira etapa do processo de concessão dos espaços, é a melhor (tirou nota 9 enquanto a Parnaxx tirou 4). É para rir ou chorar? Tirem suas conclusões.
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Edson Rocha é aluno do 9º ano da turma de 2012. |
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