Na Projeto 21 nosso trabalho é desenvolvido através de encaminhamentos didáticos que levem cada aluno a uma contínua atividade mental, fazendo-o apropriar-se de fato do conhecimento, desencadeando relações entre o que já sabe e o novo. Diferentemente de formas tradicionais, não acreditamos numa simples “transmissão de conteúdos”, em que apenas o professor é o elemento ativo e o aluno mero receptor. Entendemos sim que o papel do professor é criar oportunidades, através de práticas e atividades, que levem/conduzam o aluno a uma atitude ativa e reflexiva, aprendendo e aprendendo a aprender.
Para tanto a apresentação de situações problematizadoras deve fazer parte da dinâmica contínua dentro das salas de aula, mobilizando o já conhecido pelo aluno para encontrar as soluções – uma sequência de ações que levam a uma verdadeira aprendizagem. Assim, o lugar da aula expositiva muda, pois pode vir até depois das soluções encontradas pelos alunos e referendando-as através da teoria que embasa aquele conhecimento.
Queremos que os encaminhamentos busquem desenvolver nos alunos atitudes autônomas, representadas pela capacidade de pensar por si mesmos, de forma confiante, e justificando sua compreensão através da explicitação do caminho percorrido.
Nesse processo, é preciso rever o tradicional olhar sobre “acerto e erro”: uma visão positiva do erro permite percebê-lo como etapa do pensamento, o que é fundamental para a construção da aprendizagem, de qualquer conhecimento. Assim, é preciso encaminhar as atividades de modo que cada aluno possa proceder a revisão e a autocorreção de seu produção, numa atitude ativa e consciente na busca da qualidade no trabalho escolar, sem delegar exclusivamente ao professor o papel de apontar o que precisa ser melhorado.
Nesse tipo de proposta, os professores devem ser capazes de estruturar sequências didáticas, planejadas para promover o resgate do que os alunos já sabem, para que estes possam tomar consciência do aprendido, sempre fazendo as conexões necessárias para novas aprendizagens.
Planejando as atividades, o ambiente da sala e ajustando os graus de dificuldade, os professores têm sempre como objetivo a troca entre os alunos – ela deve desencadear diferentes posicionamentos. Num contínuo movimento dialógico é que se construirá cada aprendizagem. Essa autonomia é meta, mas representa também, e fundamentalmente, o reconhecimento e o respeito ao outro. Dessa forma, a aprendizagem acontece na esfera dos procedimentos que alimentam uma atuação cooperativa.
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